Detesto luzes de natal, trem e metrô cheio de
gente carregando sacola, detesto as ruas lotadas de gente fazendo
compras como se a vida dependesse disso, detesto ter que fazer
compras, porque as outras pessoas não são anticapitalistas e ficam
magoadas se não recebem presentes.
Detesto luzinhas natalina, musiquinhas natalina,
Papai Noel, Mamãe Noel, Santa Claus, o polo norte e os duendes.
Detesto mensagens sobre recuperar o "verdadeiro sentido do
Natal", cartões de natal, missa do galo, o Papa, o Vaticano, a
Igreja Católica apostólica romana e o cristianismo.
Detesto apresentação de coral, confraternização,
festa da firma, amigo-secreto, ter que decidir com três meses de
antecedência saber onde vou passar o ano novo, detesto ter que fazer
alguma coisa no ano novo. Detesto sidra, a palavra reveillon, comida
de ceia, ter que visitar várias pessoas e ser obrigada a comer as
coisas da ceia - se não comer é desfeita. Detesto acabar comendo
até passar mal.
Detesto ter que me arrumar toda pra dar rolê na
sala, acho desejar feliz natal uma formalidade sem sentido e
desnecessária, detesto as redes sociais cheias de mensagens
edificantes e/ou piadinhas de gente metida a esperta e
principalmente, detesto quem usa rede social pra falar de Jesus.
Detesto promessas de ano novo, detesto gente falando que o ano passou
rápido, detesto gente falando que esse ano não acaba porque a merda
do ano dura exatamente o tempo de um ano.
Detesto as férias escolares porque todos os
lugares ficam cheios de crianças insuportáveis acompanhadas de pais
insuportáveis. Há crianças legais, filhas de pessoas legais, mas
elas são poucas, a maior parte das crianças é tão detestável
quanto os adultos com o agravante que não se pode bater nelas.
Detesto fim de ano. O cansaço físico e mental,
as pessoas na academia fazendo “projeto verão”, os alunos
chorando nota e a sensação de que neste período o mundo consegue
ficar ainda mais estúpido, hipócrita, consumista e vazio.
A única coisa boa do fim do ano é que eu entro
de férias daqui a duas semanas.
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